COMUNICADO CCIPD | 02-04-2024

ACELERADORA DE COMÉRCIO DIGITAL DOS AÇORES


No dia 4 de abril de 2024, pelas 10:00, será apresentada, na sede da Câmara de Comércio
e Indústria de Ponta Delgada – Associação Empresarial das Ilhas de São Miguel e Santa Maria, a
Aceleradora de Comércio Digital dos Açores.
Esta estrutura organizacional decorre de uma candidatura efetuada ao Plano de
Recuperação e Resiliência (PRR), entre a Câmara de Comércio e Indústria de Ponta Delgada (líder
do consórcio), a Câmara do Comércio e Indústria da Horta, Associação Comercial e Industrial da
Ilha do Pico e a Câmara do Comércio da Ilha de São Jorge.
Apresenta como objetivo central apoiar as empresas dos Açores no processo de
digitalização dos seus processos e modelos de negócio. Neste contexto, a Aceleradora de
Comércio Digital procederá à atribuição de vouchers de 500, 1000 e 1500 Euros, a serem
utilizados para a contratação de serviços previstos no Catálogo de Serviços da Transição Digital.
Neste sentido, as empresas serão apoiadas ao longo de todo o percurso, desde a
elaboração do diagnóstico de maturidade digital que permitirá aferir o grau de resiliência
tecnológica da empresa e da elaboração do Plano do Transição Digital ao aconselhamento da
frequência de ações de formação com vista a capacitação digital dos Recursos Humanos da
empresa.
Pretende-se atingir, nomeadamente, os seguintes objetivos:

  • Promover a digitalização das empresas e o uso da tecnologia como motor de
    desenvolvimento das empresas;
  • Apostar na transformação digital como instrumento fundamental da estratégia de
    marketing da empresa;
  • Promover a Capacitação tecnológica dos colaboradores e empresários;
  • Incentivar a utilização de ferramentas de automação para alcançar uma gestão mais
    eficiente e com isso a obtenção de vantagens competitivas;
    Este evento contará com a presença da Diretora-Geral da Direção Geral das Atividades
    Económicas, Dra. Fernanda Ferreira Dias, enquanto representante da iniciativa PRR –
    CÂMARA DE COMÉRCIO E INDÚSTRIA DE PONTA DELGADA – ASSOCIAÇÃO
    EMPRESARIAL DAS ILHAS DE SÃO MIGUEL E SANTA MARIA
    Chamber of Commerce and Industry of Ponta Delgada
    Email: ccipd@ccipd.pt | Website: www.ccipd.pt

Aceleradoras de Comércio Digital, enquadrada na Componente 16 – Empresas 4.0, na dimensão
da Transição Digital, do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).


PROGRAMA
10h00
Boas-vindas
Mário Fortuna, Presidente da Direção da CCIPD
10h15
Apresentação da iniciativa PRR – Aceleradoras de Comércio Digital
Fernanda Ferreira Dias, Diretora-Geral da DGAE
10h30
Apresentação da Aceleradora de Comércio Digital dos Açores – Melhor Comércio no
Arquipélago dos Açores.

David Almeida, Gestor da Transição Digital da Aceleradora de Comércio Digital dos Açores
10h50
Perguntas e respostas
11h00
Encerramento
A participação na sessão é gratuita, mas sujeita a inscrição no seguinte link: FAÇA AQUI A SUA
INSCRIÇÃO
Para o esclarecimento de qualquer questão, queira por favor contatar-nos através do email:
digital@ccipd.pt ou pelo telefone: 296 305 008.


Ponta Delgada, 2 de Abril de 2024

COMUNICADO CCIPD | 12-03-2024

Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada – Associação Empresarial das Ilhas de S. Miguel e Santa Maria cria comissão especializada da fileira do leite.

A Direção da Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada (CCIPD) – Associação Empresarial das Ilhas de S. Miguel e Santa Maria reuniu, no dia 11 de março de 2024, com os seus associados que integram a fileira do leite, incluindo a produção de alimentos compostos para animais, o comércio de produtos e equipamentos, a transformação do leite e a comercialização de laticínios, com o objetivo de analisar os problemas atuais de todas as atividades associadas.

Da reunião surgiu consenso relativamente aos problemas mais prementes desta fileira de produção nos Açores, nomeadamente:

  1. Trata-se de uma fileira fundamental na economia dos Açores pelo peso que tem na geração de riqueza, na geração de empregos diretos e indiretos, no contributo que tem para a fixação de pessoas em todas as localidades e no contributo que dá para as exportações e para a substituição de importações;
  2. A fileira do leite tem impactos muito significativos em muitas outras atividades como o turismo, o comércio e os transportes, por exemplo;
  3. Não tem havido uma estratégia integrada e integradora para o setor que permita que cada parte participante, lavoura, indústria e comércio tome decisões conjuntamente coerentes para a melhoria da competitividade das atividades da fileira;
  4. A informação relevante para toda a fileira, como preços de produtos finais, custos de matérias primas e custos de serviços fundamentais para o seu funcionamento, é dispersa e não consensualizada para a tomada de decisões mais transparentes para todas as partes;
  5. Não há uma instituição consolidada e eficaz que monitorize a competitividade de toda a fileira desta atividade fundamental para a economia, para a sociedade e para a demografia dos Açores;
  6. Sendo o sector da maior importância para os Açores, não existe um sistema atualizado e completo de medição dos seus impactos, como uma conta satélite, à semelhança do que acontece com o turismo e o mar que já dispõem de instrumentos de medição desta natureza;
  7. Toda a fileira será chamada, no futuro, a adaptar-se aos novos paradigmas da sustentabilidade ambiental, criando mais um desafio de competitividade que importa trabalhar de forma antecipada.

Em face do diagnóstico feito ao setor, na atualidade, foi decidido criar-se, no âmbito da CCIPD, uma Comissão Especializada da Fileira do Leite que passará a reunir regularmente e a acompanhar o estado desta fileira, em articulação com as partes não representadas como é o caso da lavoura, dos transportes e de outras áreas que contribuem para completar as partes interessadas na fileira.

Com a criação desta comissão pretende-se contribuir para a definição de uma estratégia comum e integradora de todos os operadores da cadeia de valor e que seja considerada pelo governo regional aquando da definição das políticas públicas, que são necessárias para a consolidar como uma fileira competitiva e capaz de gerar, de forma económica, social e ambientalmente sustentável, empregos e rendimentos em todos os seus elos.

Ponta Delgada, 12 de março de 2024

COMUNICADO CCIPD | 27-03-2024

Inverno Iata 2023/24 sem a Ryanair é um retrocesso no modelo de
acessibilidade à Região Autónoma dos Açores.


A Direção e a Comissão Especializada do Turismo da Câmara do Comércio e
Indústria de Ponta Delgada – Associação Empresarial das Ilhas de S. Miguel
e Santa Maria reuniram no dia 26 de março de 2024, com o objetivo de analisar e
discutir a situação atual do setor do turismo.

  1. Enquadramento
    Foi sublinhado o retrocesso que o turismo está a terno Inverno IATA 2023/24. A
    situação mostra alguns sinais de preocupação na medida em que o impacto de
    recuperação da pandemia já não se faz sentir nos negócios.
    Na saída da pandemia, os Açores conseguiram-se posicionar no mercado e
    constituíram-se como um destino diferenciado, com características que agora, são
    replicadas por diversos outros destinos concorrentes. Estamos perante um novo
    paradigma que se caracteriza por uma concorrência mais feroz de outros destinos
    que já se adaptaram às alterações do mercado assumindo-se como destinos
    sustentáveis.
    Constatou-se que tem havido mais investimento no setor do turismo que permite a
    disponibilização de mais oferta turística no mercado, enquanto que os lugares
    disponibilizados nas ligações aéreas, neste inverno que está a terminar, não só não
    acompanharam esse crescimento como regrediram. Nas ligações para o continente
    português houve neste inverno um decréscimo de cerca de 11% de lugares o que
    corresponde a cerca de 50.000 lugares que podiam potenciar 150.000 dormidas.
    É importante realçar a importância das acessibilidades aéreas num destino
    arquipelágico como os Açores, não só pela capacidade aérea que é necessária, mas
    também pela sua diferenciação em termos da capacidade de captação de diversos
    segmentos nos mercados dos diversos operadores aéreos. O fraco desempenho do
    setor do turismo neste inverno IATA 2023/24 é corolário dessa importância. Por um
    lado, a hotelaria tradicional sofreu menor impacto com a redução dos voos da Ryanair
    com alguma compensação feita pela SATA mas, por outro lado, o alojamento local, a
    restauração, as rent-a-car, a animação turística e outras atividades turísticas
    sofreram decréscimos que em alguns casos ultrapassaram os 40%.
    O atual contexto apresenta muitos desafios, alguns de caráter exógeno, como são
    designadamente os casos das taxas de juro elevadas, a evolução da economia global
    e a situação dos mercados emissores. Apresenta também outros desafios de caráter
    interno, nomeadamente ao nível da manutenção da rede de acessibilidades aéreas,
    com especial enfoque nos invernos, aliás alinhados com a pretensão política de
    combate à sazonalidade.
    O setor do turismo tem uma relevância acrescida na economia regional, quer em
    termos de emprego (representando cerca de 25 mil postos de trabalho diretos e
    indiretos), quer para o PIB regional (cerca de 12%) e contribuiu para fixação de
    população nas ilhas. Não fora o crescimento do turismo na última década a evolução
    demográfica dos Açores teria sido muito mais negativa do que já foi, pelo que não é
    aceitável que o sector tenha um retrocesso real.
  2. Aspetos positivos
    Como aspetos positivos a Comissão identificou os seguintes:
    a) Boas perspetivas de ligações externas para o Verão 2024 – A
    comissão manifestou satisfação com o aumento da capacidade aérea no
    Verão de 2024 nas rotas do mercado internacionais de cerca de 18% face
    ao período homólogo.
    b) Ténues perspetivas de ligações internas para o verão 2024 – A
    comissão registou o crescimento de apenas 4% da oferta no mercado
    nacional, o que evidencia uma perspetiva pouco animadora tendo em
    conta o peso e o potencial do mesmo.
  3. Aspetos Negativos
    Foi identificado um conjunto de áreas que constituem motivos de preocupação e que
    carecem de necessária intervenção/decisão, de que se destacam:
    a) Agravamento da sazonalidade – constatou uma redução da procura pelo
    destino pois a taxa de ocupação nos Açores decresceu 6,7% em Janeiro de
    2024 e o rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) também
    decresceu 6,3% (quebra mais elevada do país), estando os Açores no 3º lugar
    das regiões com pior RevPAR de Portugal;
    b) Escassez da Capacidade Aérea – a redução drástica das ligações operadas
    pela Ryanair no inverno IATA teve um impacto efetivo na procura pelo destino
    e, ao contrário do que se exigia, os voos não estão a acompanhar a
    disponibilidade que existe ao nível da oferta turística. A escassez de voos está
    a bloquear o setor do turismo. Sem voos não há turismo;
    c) Concorrência agressiva de outros destinos – constatou a existência de
    destinos mais competitivos, em termos de qualidade de produtos e serviços
    turísticos, bem como dos preços do transporte aéreo, pondo em causa o
    trabalho de posicionamento do destino Açores;
    d) Aumento de Custos – constatou que nas estatísticas publicadas pelo SREA,
    os custos do sector cresceram muito maisdo que os proveitos, diminuindo a
    margem libertada que é imprescindível para a sustentabilidade do setor,
    nomeadamente para amortização dos investimentos e combate ao impacto
    negativo da sazonalidade cada vez mais acentuada;
    e) Segurança dos trilhos – manifestou preocupação com a notícia de que há
    mais de 30 dias que um cidadão belga está desaparecido na Lagoa do Fogo,
    o que é no mínimo incompreensível. Considera-se relevante haver um
    procedimento de segurança associado à atividade dos trilhos pedestres, como
    por exemplo a utilização de um equipamento com mecanismo de localização,
    que garanta a necessária segurança dos turistas;
    f) Segurança em Ponta Delgada – Ainda sobre questões de segurança, foi
    manifestada muita preocupação com o sentimento crescente de insegurança
    na cidade de Ponta Delgada, sobre o qual é urgente uma intervenção
    integrada das várias entidades com responsabilidade na matéria;
    g) Infraestruturas de visitação turística – Sublinhou a falta uma
    infraestrutura de acolhimento aos turistas na Lagoa de Fogo, necessária à
    qualificação e segurança da experiência turística;
    h) Degradação na Gestão dos Trilhos Pedestres – Constatou a degradação
    na gestão dos trilhos pedestres, o que impacta negativamente na experiência
    e imagem do destino Açores, sendo necessária uma articulação mais efetiva
    entre os municípios e as direções regionais que gerem este ativo turístico,
    como por exemplo na implementação de uma sinalética adequada;
    i) Promoção – Constatou-se que a promoção turística é débil e sem um plano
    efetivo e adequado aos desafios do setor que já gera cerca de 600 milhões de
    euros de PIB nos Açores, recebendo menos do que 1% de reinvestimento do
    governo em promoção. A bandeira do combate à sazonalidade expressa no
    PEMTA não se traduz em campanhas de marketing agressivas e alinhadas com
    o desenvolvimento das acessibilidades aéreas. Há um sério risco que esta falta
    de promoção não induzirá a necessária procura que pode levar a que mais
    companhias relevantes abandonem o destino Açores;
    j) Modelo de Subsídio Social de Mobilidade – Manifestou preocupação com
    a necessidade de moralização e modernização do subsídio social de
    mobilidade.
  4. Ação para o Futuro
    Em face do diagnóstico realizado à evolução do inverto IATA 23/24 que:
    i) configura uma regressão de muitos anos no combate à sazonalidade do
    turismo dos Açores, com seis meses previstos de resultados negativos;
    ii) compromete o desígnio do próprio governo em reduzir a sazonalidade;
    iii) introduz um elevado grau de incerteza no setor;
    iv) compromete a rentabilização de investimentos elevados realizados nos
    últimos anos em todas as atividades do turismo desde a restauração ao
    alojamento local;
    v) evidencia a redução da concorrência, por ausência de operadores privados,
    nas principais rotas de serviço aéreo dos Açores;
    a Comissão considerou que é urgente a implementação, imediata, de um Plano de
    Ação para o próximo INVERNO IATA 24/25, que configure uma redução clara da
    sazonalidade.
    A Comissão considerou também ser da maior importância atuar sobre a segurança
    quer nas atividades desenvolvidas pelos turistas, mormente nos trilhos, quer na
    segurança nas cidades.
    Ponta Delgada, 27 de março de 2024