A Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada desenvolveu oportunamente um inquérito junto dos associados, tendo como objetivo conhecer mais detalhadamente a forma como se estava a processar o processo de retoma da atividade, as perspetivas das empresas a curto e médio prazo, bem como as estratégias que devem ser seguidas, tendo em vista a recuperação económica.
Os resultados do inquérito, em síntese, são os seguintes:
- Mais de 83% das empresas inquiridas recorreram a uma ou mais medidas de apoio, sendo elas nacionais ou regionais;
- O lay-off simplificado foi a medida à qual as empresas mais recorreram (74%);
- A grande maioria das empresas demostra preocupação (81,29%) em cumprir com as condições estabelecidas em cada medida de apoio, sendo que as que responderam afirmativamente consideram a manutenção dos postos de trabalho a mais preocupante (83%);
- Mais de metade das empresas considera que os apoios concedidos ficaram aquém do que era preciso;
- A maioria das empresas (63%) considerou que os negócios no período após a retoma (Maio-Junho) foram inferiores às expectativas;
- Mais de 2/3 das empresas (67,7%) perspetivam os seus negócios para o 2º semestre de 2020 como muito negativos ou negativos;
- Mais de metade das empresas inquiridas (53,5%) consideram que só voltará ao volume de negócios de 2019, depois de 2021;
- Como medidas públicas a serem tomadas para ajudar as empresas nos próximos meses, as empresas apontaram a redução de impostos e da TSU (87,1%), a transformação de créditos, total ou parcialmente, em fundos perdidos (68,4%) e o prolongamento do lay-off (56,1%);
- As empresas relacionadas com o Turismo e a Restauração, foram as que mais “sofreram” com a crise provocada pela pandemia;
- O Turismo e a Restauração é o setor que se mostra mais pessimista com o normal retomar da atividade económica, apontando uma data para lá de 2021 para o normal retomar da atividade económica (Com Volumes de Vendas idênticas a 2019).
- Por seu turno, as empresas do setor da Indústria e a Construção Civil mostram-se mais otimistas com o retomar da atividade económica.
- Para o 2º semestre de 2020, as empresas do Comércio e Serviços (47,4%) e a Indústria e Restauração (57,1%) têm uma perspetiva positiva para os seus negócios. O Turismo e Restauração, muito negativa (69,6%)
- Por último as empresas referem quais as estratégias públicas que devem ser seguidas para um normal retomar da atividade económica (Por ordem de importância):
- Fundos europeus devem privilegiar as empresas (71%);
- Apostar em mercados externos para capturar turistas (53,5%);
- Privilegiar o mercado interno regional (50,3%);
- Maiores incentivos para investimentos privados (43,9%);
- Privilegiar o mercado ilha (41,9%);
- Apostar na produção interna de bens e serviços (34,8%);
- Mais investimento público (24,5%);
- Apostar em mercados externos para a venda de bens e serviços (23,2%);
- Participação pública para salvar empresas estratégicas; Fundos Europeus devem privilegiar o setor público e outras medidas (9,7% – 4,5%).